A demissão silenciosa não se trata simplesmente de largar o emprego. Na verdade, ela envolve cumprir os requisitos mínimos do trabalho sem se esforçar muito, sem levar trabalho para casa ou buscar ultrapassar metas. Em outras palavras, é o ponto intermediário entre o desempenho abaixo do esperado e o desempenho excepcional. E não é um fenômeno novo.
Desde que se popularizou em 2022, a tendência do abandono silencioso tem gerado opiniões divergentes entre os líderes empresariais e na mídia.
O termo “demissão silenciosa” tornou-se uma expressão da moda no mundo corporativo durante 2022, especialmente após a pandemia de COVID-19. Uma pesquisa da Gallup realizada no mesmo ano revelou que mais da metade dos trabalhadores americanos se consideravam “demissionários silenciosos”.
Enquanto muitos CEOs e empreendedores mais tradicionais parecem desaprovar o conceito, outros no mundo dos negócios o veem como um desenvolvimento natural e saudável em um ambiente empresarial em constante mudança.
Steve Taplin, cofundador e CEO da Sonatafy Technology, descreveu o fenômeno como “um movimento no qual os funcionários passam a ter mais controle sobre sua agenda e começam a priorizar tarefas pessoais em detrimento das profissionais”. Para Taplin, buscar um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional parece ser uma questão de sustentabilidade. Ele ainda descreve a tendência como “a resposta da geração moderna ao esgotamento”.
Por outro lado, Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, parece ter uma visão oposta. Após adquirir o site de microblog Twitter (agora chamado de X) em outubro de 2022, Musk enviou um e-mail a todos os funcionários afirmando: “Para construir um Twitter 2.0 inovador e ter sucesso em um mundo cada vez mais competitivo, precisaremos ser extremamente dedicados… Isso significa trabalhar longas horas com alta intensidade. Apenas um desempenho excepcional será aceitável”.
No geral, os empregadores parecem estar divididos em relação ao conceito de demissão silenciosa, com alguns, como Musk, sendo mais rígidos, e outros, como Taplin, reconhecendo que essa tendência reflete uma mudança maior na dinâmica de poder entre empregador e empregado, que precisa ser adaptada conforme as normas do local de trabalho continuam a evoluir.
Para os funcionários, a demissão silenciosa tem seus prós e contras. Se um funcionário se vê como uma empresa (vendendo tempo e esforço ao empregador em troca de dinheiro), então desistir silenciosamente significa simplesmente não dar esse produto de graça, o que é um bom negócio, especialmente se esse produto estiver em demanda.
Por outro lado, os funcionários que buscam ativamente promoções e aumentos podem achar que a demissão silenciosa não é uma estratégia eficaz para alcançar esses objetivos. Historicamente, o desempenho excepcional sem uma compensação adicional tem sido considerado a melhor maneira de se qualificar para novos cargos e salários mais altos, embora isso nunca seja garantido.
A expressão “demissão silenciosa” ganhou destaque na Internet em março de 2022, quando Brian Creely, um coach de carreira e influenciador de emprego da Geração X, a usou ao discutir um artigo do Insider sobre funcionários “desacelerando” no trabalho. Desde então, a expressão tornou-se viral no TikTok, especialmente entre os usuários mais jovens do aplicativo, predominantemente da Geração Z.
Outro estudo da Gallup descobriu que nos EUA o engajamento dos funcionários caiu 4% entre 2020 e 2022, para 32%, enquanto o número de trabalhadores ativamente desengajados aumentou para 18% no mesmo período.
Essa tendência está ganhando força e, embora possa trazer benefícios positivos para os colaboradores, como um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional, a falta de engajamento pode afetar a experiência de todos no local de trabalho. Funcionários engajados fortalecem a resiliência mental, aumentam a satisfação e promovem ambientes de trabalho mais saudáveis. Funcionários desconectados não desfrutam desses benefícios.
Um estudo de 2023 da Northern Arizona University listou os principais motivos pelos quais as pessoas optam pela demissão silenciosa:
1. Esgotamento e níveis de estresse insuportáveis, além da percepção de que o empregador não está fazendo o suficiente para ajudá-los.
2. Priorização de um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional, com os colaboradores estabelecendo limites mais claros em relação ao horário de trabalho.
3. Falta de reconhecimento, especialmente para a geração millennial, onde a valorização no trabalho é crucial.
4. Insatisfação com a liderança e clima organizacional.
5. Remuneração inadequada e benefícios pouco atrativos.
6. Ausência de um caminho claro para progressão na carreira, como planos de carreira e promoções.
Ao lidar com a demissão silenciosa como gestor, ouvir seus funcionários é fundamental. Se eles sentem que você não valoriza seu tempo ou trabalho, não é surpreendente que estejam investindo menos esforço.
É hora de iniciar conversas sobre a cultura, o ambiente e as expectativas da sua empresa.
O ARCH, a plataforma on-line para avaliação do risco da conduta humana nas corporações, auxilia no desenvolvimento do processo de Compliance identificando não conformidades no ambiente corporativo e no comportamento dos colaboradores.
Controle é bom, confiança é melhor.
ARCH, a ferramenta definitiva para análise da conduta humana dentro das empresas.
Se você deseja saber mais sobre o ARCH, entre em contato conosco.